Eu fui criada pra ser uma estrela. Sempre precoce, desde muito novinha eu era uma daquelas crianças que chama a atenção de todo mundo por se comportar como se fosse mais velha. As palavras nunca vieram com errinhos fofinhos, mas eram sempre bem pronunciadas. O raciocínio e a lógica surpreendiam. Eu sempre fui uma menina de futuro promissor. Tão inteligente, com tanto potencial. Gabriela vai ser doutora. Gabriela vai ser um sucesso.
E assim se seguiram os anos da infância e da adolescência. Aluna inteligente - um pouco indisciplinada - e popular, notas altas, aprendizado rápido. Eu era aquela que faria cursos renomados, que iria longe. Com dezesseis anos terminava o terceiro ano e já estaria em uma faculdade pública. Com vinte e dois no máximo já estaria formada e passaria em um concurso público. Meu destino estava traçado. Ascensão meteórica.
Assim foi por muito tempo, até que de repente eu estava em uma faculdade que eu odiava - e quem lê esse blog há algum tempo já cansou de saber essa história. E foi então que eu percebi que tudo o que eu tentei ser, a vida inteira, foi o que as pessoas esperavam de mim.
Pensei que ao abandonar a faculdade - ó, que rebelde - eu tinha mostrado que não iam mandar em mim. Mas ledo engano. Fiquei parada, em estado de choque, sem fazer a menor ideia de quem sou ou o que fazer. Então fiz... Concursos públicos! Eu jurando que fugia do que me diziam que era certo, mas nunca trabalhei em uma empresa privada, acreditam? Estava enraizado em mim que um emprego só valia a pena se fosse com a estabilidade de um concurso público no qual eu deveria passar e ficar o resto da minha vida.
Hoje eu percebo que eu nunca existi. Não existe Gabriela. Existe apenas um fruto das inúmeras expectativas em mim depositadas. Eu nunca pude descobrir o que eu quero, o que eu amo, o que eu gostaria de ter ou ser. Eu vivo pensando no que os outros estão pensando de mim. Tudo o que eu faço não é voltado para satisfação pessoal e sim, para reconhecimento alheio. Eu nem mesmo posso dizer que sou frustrada, porque basicamente, é impossível frustrar alguém que não tem desejos próprios.
Eu queria morrer. Sem dramas ou nada do tipo, mas eu queria por um ponto nisso. Eu nunca existi como pessoa, apenas como um reflexo de vontades alheias. E eu frustrei essas vontades. Nem competência pra isso eu tenho.
Talvez se eu ficar pra sempre aqui trancada no quarto, eu acorde um dia e descubra que o apocalipse zumbi chegou.
Aí sim.
Você é maravilhosa, Biela. Seja qual caminho VOCÊ desejar seguir (: Mas saia do seu quarto e vá tomar um sol... Ao invés de deixar outra luz chegar.
ResponderExcluirAntes de ler o post, parei na sidebar ali do lado e encontrei isso: "finalmente entender o conceito de liberdade em um sentido amplo." Apesar dos altos e baixos, Bi, não pare de buscar entender esse conceito. Tire seu tempo para si, mas abra os olhos em seguida. Não temos trinta, quarenta ou cinquenta anos. Eu sou jovem, você é jovem. Todos somos. E quer a idade diga que não somos mais, se nosso espírito continuar sendo, então não vai ter o que nos pare; não vai ter o que nos impeça de começar de novo. Não tenha medo de agir por tentativa e erro...
ResponderExcluirHá quatro anos, quando eu mais precisei de apoio, você me disse que se orgulhava de mim não por ter medo, chorar e errar, mas por tentar seguir em frente ainda assim. Você foi um dos meus exemplos, neném. Você é um dos meus exemplos. Tenho orgulho de você, quer queira quer não. Tenha orgulho de si também.
Te amo.
Olá. E se minha epectativa for que você seja a melhor pessoa pra você? Como você vai atender isso? ;) A verdadeira viagem da descoberta não consiste em procurar novas paisagens, mas sim em ter novos olhos. Veja o que tem da antiga que você gosta, jogue fora o que não gosta, e parta em busca de si. Apenas nunca se esqueça, independente do que você ver na viagem a dentro de si, "monstros não existem". Bonanças.
ResponderExcluirNão sei onde entra minha culpa nisso, mas uma coisa é certa: sempre lhe dei liberdade de escolha, e, do meu jeito meio tosco, lhe apoio em todas as decisões (certas ou erradas). E, ainda está em tempo de se descobrir. Amo você, incondicionalmente.
ResponderExcluirMinha pretinha, você e uma pessoa mais q maravilhosa, e significa muito na minha vida, tenho vc como um irma mais velha e logico brava, adoro seus conselhos, adoro o jeito que vc ver as coisas, adoro a sua sinceridade, a única coisa q eu quero é te fazer sentir-se bem e muito feliz, bom nao posso realizar suas fantasias eróticas porém sou mulherzinha, kkkkk mais posso te fazer sorrir e dar aquelas gargalhadas em todos os momentos que estamos juntas,ate mesmo quando vc casou - seu casamento foi especial, com todo mundo rindo de mim.. mais heim iaiazinha ama muito a Gabizinha.. vc sabe q sempre vou esta ao seu lado.. (= é vc e muito especial pra Deus viuu nunca esquece disso .. te amoooo bjos no seu coração;
ResponderExcluirHistória antiga e repetida heim gata?
ResponderExcluirQueria que você me dissesse afinal de contas QUEM CONSEGUE VIVER POR SI SÓ, sem ter estes exatos espelhos para se viver ou se buscar o reflexo ideal do progresso do próximo dia ou da constante rotina. Todo mundo vive a sombra do que vc disse (só me espanta o fato de ter demorado tanto para descobrir q não somos donos de nós mesmos)... Como alguém muito bem salientou acima: 'A verdadeira viagem da descoberta não consiste em procurar novas paisagens, mas sim em ter novos olhos.'
Cabe a gnt msm, com todo nosso discernimento procurar (até mesmo de formar bastante prepotente) aquilo q a gnt finge q acredita ser o certo para viver e/ou trilhar nosso caminho pseudo-independente.