terça-feira, 20 de julho de 2010

Sobre Verborragia

Hoje eu não tô afim de me preocupar com meu português, com a pontuação ou com uma introdução decente. Quero poucas vírgulas pra poder falar tudo que vem na cabeça exatamente como vem porque é como se de repente eu tivesse sido possuída por uma verborréia incontrolável e eu tenho uma rima e uma piada que poderia ser encaixados aqui mas eu não sou obrigada a falar algo tão ruim. Em primeiro lugar eu queria dizer que eu estou muito feliz que você tenha voltado pra minha vida mas às vezes preferia que você se mantivesse longe porque há muito tempo eu me acostumei com a idéia de que você nunca fica pra sempre, apenas por tempo o suficiente pra fazer com que eu me envolva e depois você vai embora de novo porque você tem uma vida e mesmo eu tendo uma eu não conseguiria me desligar de você e eu acho isso muito injusto. Eu não sei bem eu sempre tentei explicar racionalmente o que eu sinto por você mas nunca consegui e eu não entendo direito porque sempre que eu tento pensar nisso é como se minha cabeça tivesse sido apagada igual naquele filme com a Julianne Moore em que o filho dela foi abduzido por ets e ninguém lembra disso. Você simplesmente sempre significou mais do que deveria, mais do qualquer outro que foi muito mais presente, importante ou relevante na minha vida e eu não sei se misturei as coisas mas a questão é a cada palavra de carinho que você diz eu me derreto toda e começo a fazer mil planos que não vão se realizar e então eu vejo que vai ser sempre assim porque esse tipo de coisa que faz você parecer idiota você não escolhe a não ser que você seja a Eliza Samudio.

O pior de tudo é que já tem uns cinco anos que é tudo desse jeito e eu pensei que quando eu crescesse e fosse mulher eu pudesse encarar isso com muita fé mas não! Nada mudou com relação a nós dois porque quando eu dou por mim é do mesmo jeito e você finge que se entrega mas não é verdade e eu finjo que não me entrego porque se eu me entregasse eu ficaria vulnerável demais e para o bem ou para o mal eu não sei me vulnerabilizar. Acontece mesmo é que eu nunca tive ninguém pra cuidar de mim e eu sei que quando um homem de quase cem quilos tenta me espancar eu não tenho um herói pra tentar impedi-lo então eu tenho que resolver isso sozinha porque é assim que as coisas funcionam pra mim e assim que sempre vai funcionar. Eu sou o apoio de tanta gente que eu já nem me lembro mais e é quando as coisas ficam horríveis que eu percebo que eu tô carregando todo o peso do mundo sozinha e não tenho ninguém pra me ajudar e que eu não tenho ninguém pra me defender e que eu tenho que ser forte física e psicologicamente porque na verdade eu tô sozinha e é melhor eu me acostumar a isso porque toda vez em que eu me iludi que tinha alguém pra cuidar de mim eu tomei no cu porque além de estar sozinha fui pega desprevenida. E eu sequer tenho alguém pra conversar de verdade porque tá todo mundo ocupado demais com seus problemas pra se preocupar de verdade com alguém. Atlas, me add.

E daí que eu me toquei que eu realmente sou adulta e é até por isso que criei esse blog e então não adiantou muita coisa porque ser adulta é uma merda principalmente porque você decide viver um ano imaginário como adulta e sabe que no final dele você só volta a ser medíocre. E eu simplesmente comecei a me conformar com o fato de que na minha vida nada é fácil e de que eu me lamentar não adianta nada mas às vezes é muito difícil manter esse pensamento porque vejam bem, até meu irmão foi pro Amapá e meu irmão é burro, mas tem um emprego no Amapá. Eu não sei se teria um emprego no Amapá mesmo sendo mais inteligente que o meu irmão porque até pra ele que tem tudo pra ser tão fodido quanto eu as coisas são fáceis e eu me pergunto: DEUS POR QUE EU?

O interessante é que minha família é tão estranha que eu só soube que meu irmão ia pro Amapá porque ele pediu pra eu olhar o preço das passagens pra Belo Horizonte (?). Nesse meio tempo eu já liguei pra minha mãe pra pedir dinheiro duas vezes e ela nem comentou nada do tipo "Sabia que seu irmão foi pro Amapá" porque sei lá né gente, super normal as pessoas se mudarem pro Amapá quando têm 19 anos super comum acontece o tempo todo. Meu pai também me ligou e a gente falou do Corinthians e de política e dos cachorros mas não falamos que meu irmão foi pro Amapá porque acho que a gente nem lembrou na verdade eu nem tava lembrando até me tocar que meu irmão tem um emprego e que eu fiquei intrigada por ele ter um emprego e não porque ele foi pro Amapá. Curiosamente a Nathi foi embora essa semana pra Curitiba e todo mundo quase morreu e a gente chorou e se despediu dela pela janela do meu quarto no nono andar e aquilo foi muito emocionante e a tia Dulce ficou surtada porque ela foi embora e disse pra Mayanny que precisava ter uma filha mesmo que a Nathane só tenha mudado de cidade e não morrido e mesmo que ela tenha a Juliana com aquele cabelo ruivo natural que muito me dá inveja. E eu mandei um monte de mensagem pra Nathi porque realmente sentirei falta da nudez dela mas eu sequer comentei com meus amigos que meu irmão se mudou pro Amapá porque eu não lembrei e eu me pergunto se minha vida vale realmente a pena quando se tem valores tão deturpados.

E eu acho que só disse isso tudo mesmo porque tô apavorada com um futuro que não consigo deslumbrar e uma carreira que não consigo escolher enquanto até as pessoas que eu conheci quando eu tava na faculdade e elas no colégio estão se formando. E também não suporto mais as pessoas dizendo que eu sou inteligente e que tô desperdiçando minha mente porque elas não fazem a menor idéia do quanto é cruel você sempre fazer as pessoas criarem expectativas porque você sabe que nunca vai poder cumprir por mais que se dedique ALÔ PAI! E eu não sei o que quero de mim e às vezes eu queria muito muito morrer ou então ganhar na megasena porque parece que só os extremos me servem uma vez que eu venho vivendo no mediano a vida inteira e vejam bem que eu não estou muito feliz. E eu tô triste, tô velha e a cada dia que passa eu estou mais covarde e não vejo motivação porque eu sou um fracasso e não consigo colocar essa idéia na cabeça alimentando a ilusão de que eu sou alguma coisa hahaha, não sou! E eu sei lá só sei que meu irmão tem um emprego no Amapá e minha mãe me socorre como pode porque ela não é forte como eu mas ela é forte de outras formas e eu admiro muito por isso só que acho que nós duas somos só duas metades doentes de uma mesma fruta podre amarradas aos nossos fracassos e nos enganando durante o meio tempo que separa as situações em que nós nos tocamos que no fim mesmo nada é como disseram pra nós que seria e não há muito o que possamos fazer e que ela sendo passiva e silenciosa e eu explosiva e determinada no fim não deu em nada porque se existe uma força universal ela nos odeia e talvez seja por isso que eu não quero uma filha mulher porque eu acho que seria muita maldade da minha parte por alguém no mundo pra passar por isso que eu passo.

E eu queria dizer que eu queria muito que você ficasse definitivamente dessa vez mas eu sei que logo outra coisa vai te chamar a atenção e você vai embora de novo aos pouquinhos até que eu perceba que fiquei sem você de novo e que por mais que meu psicológico esteja acostumado com isso meu emocional ainda vai se partir em pedaços e eu vou viver normalmente o intervalo que se cria até que você resolva aparecer de novo e bagunçar tudo outra vez pra ir embora outra vez.

Agora que eu terminei isso não sei se realmente quero ler e no fim eu ainda acho que ficou muita coisa a ser dita mas afinal eu só sei dizer o que não tenho medo que mais ninguém saiba então fica aqui dentro a fragilidade real e aqui fora o apelo desesperado de quem só pede socorro por esporte porque realmente a maldita esperança é a última que morre.

2 comentários:

  1. as vezes eu acordo com verborreia tambem.

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  2. Gabi, a vida é cheia de surpresas, independente de ser ou não inteligente, e esses ressaltos de sentimentos, nos aflige em um ponto cego, que pela nossa capacidade de defesa, temos que desafogar, ou seria desabafar??? Bom, que seja o que for, mas ninguém é velho no limite da nossa própria incapacidade, somos e seremos jovens, sempre que vislumbrarmos um horizonte. A vida, é feita de muitas variáveis e cabe a nós, acertar uma dessas e aí, pegarmos o rumo, o ponto do nosso equilíbrio. Quando estamos sem idéia, meio que perdido, estamos fora do nosso eixo, do prumo sentimental, emocional e físico. Páre um pouco, e veja qual capacitada, preparada está vc, para essa vida não tão fácil, e com tantas pessoas acreditando em vc, mostrando isso, através dos "me acuda", ou "hoje não tô bem", e ainda "tô mal". A vida, é isso, uma estrada sem asfalto, onde trepidamos constatemente, mas, no momento lúdico, parece asfalto, liso, sem pulos e solavancos... aí, é onde sentimos que estamos amadurecendo pra ela, a vida, aptos, por assim dizer e vc, mostra essa aptidão, por tudo que vc faz, mas o escolher, só o tempo irá lhe dizer, mas vai com calma, sua hora chegará, e vc irá rir desse tempo, vc terá o seu sucesso, sem necessário ir pro Amapá. rsr
    Sucesso pra vc, garota linda e perespicaz.
    Parabéns pelo Blog, achei super criativo.

    Não levo muito jeito pra escrever, mas ao ler o que escreveu, fui inspirado a fazê-lo.
    Com carinho, Nil.

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